Se você tem planos de formar seu patrimônio para garantir a estabilidade das finanças da família, o caminho é seguir as lições da educação financeira

A habilidade de lidar de forma equilibrada com os próprios ganhos monetários, ou seja, gastar menos do que ganha, comprar apenas o que precisa e economizar uma quantia todo mês, ainda é uma realidade distante para a maioria dos brasileiros. Segundo pesquisa Ibope divulgada neste ano, apenas 21% da população teve educação financeira até os 12 anos de idade.

Além disso, podemos perceber o reflexo da falta de acesso do brasileiro à informação e orientação de como lidar com as finanças, em diferentes situações. Estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que 45% dos brasileiros não fazem um controle do próprio orçamento.

Esse percentual chega a 48% nas classes C, D e E, e a 51% entre os homens, o que pressupõe que, por não ter conhecimento necessário sobre os conceitos e as boas práticas das finanças, o brasileiro acaba se distanciando do assunto. E essa ausência tem consequência direta no orçamento familiar.

Mas o que é, de fato, a educação financeira?

Conforme define a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), educação financeira é o processo de melhoria da compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros. Com informação, formação e orientação, as pessoas podem desenvolver os valores e as competências necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos envolvidos. Como resultado, podem fazer escolhas bem informadas, saber onde procurar ajuda e adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar.

Por onde começar?

A resposta, sem dúvida, é: pelas crianças. Bem cedo, elas já começam a perceber que algumas coisas dependem de dinheiro, como os brinquedos e até o lanche na escola. Além de ajudar os pequenos a desenvolver a capacidade de agir na sociedade de forma crítica, participativa, ética e criativa, passar esse tipo de conhecimento é primordial para a formação de adultos mais conscientes de suas próprias condições. Tudo para que, no futuro, possam tomar melhores decisões para si e para a família que construírem.

“Infelizmente, esse não é um assunto disseminado nas escolas, faculdades e no núcleo familiar”, afirma Jennyfer Rodrigues, gerente de Relacionamento com o Associado do Sicoob Engecred, pós-graduada em Negócios, Controladoria e Finanças. Segundo ela, o ideal é que as crianças sejam educadas desde cedo sobre finanças.

Caso este tema pareça ser pesado para se tratar com o público infantil, não se engane: é possível, sim, abordar finanças de uma forma leve e acessível com as crianças. Jogos de tabuleiro e de cartas, por exemplo, podem trazer grandes ensinamentos sobre poupar dinheiro. Mas, se você já é adulto e não teve educação financeira na infância, não se desespere. Sempre é tempo de aprender algo novo, colocar em prática e melhorar sua vida.

Por meio de palestras de educação financeira ministradas por voluntários em associações comunitárias, universidades, escolas públicas e privadas, entre outros, o Instituto Sicoob, por exemplo, busca contribuir para o despertar da importância da inclusão financeira dos cidadãos, e para criação de um novo modelo mental e uma nova postura perante os aspectos comportamentais, que resulte em atitudes adequadas de planejamento, empoderamento e consumo sustentável.

Controle Financeiro

Se interessou? Então, aproveite e confira a seguir algumas dicas da especialista Jennyfer Rodrigues de boas práticas para ter controle financeiro.

1- Faça um diagnóstico financeiro

Você sabe dizer exatamente quanto dinheiro recebe e quanto gasta mensalmente? Sabe, de fato, qual é o percentual gasto nas despesas fixas, variáveis e nas esporádicas? Se não, seu planejamento financeiro tem que começar por um diagnóstico detalhado da sua situação financeira familiar. Coloque tudo no papel! Além dos gastos e recebimentos rotineiros, inclua também possíveis dívidas, bens da família e investimentos.

2- Analise os dados e faça um orçamento familiar

Com tudo anotado, é hora de analisar o cenário que se apresenta diante de você. A partir da análise da sua renda e dos gastos mensais é possível ter uma ideia do padrão de vida possível para manter um equilíbrio financeiro. “É fundamental ter conhecimento do seu orçamento e adequá-lo às despesas conforme seus rendimentos”, afirma Jennyfer.

O ‘calcanhar de Aquiles’ do brasileiro está no controle dos gastos extras, conforme também revela a pesquisa do SPC e CNDL. Dentre os que responderam à pesquisa, 93,5% alegaram anotar despesas como supermercado e contas de luz, mas esse índice cai drasticamente quando falamos de despesas com lazer, alimentação fora de casa e salão de beleza, chegando a 39,5%.

Portanto, observe com cuidado esses gastos que não fazem parte do essencial para a sobrevivência. Avalie o que pode ser cortado e, se não for possível eliminar determinado gasto, que tal encontrar alternativas com custo menor?

Outra recomendação da especialista é fazer uma reserva de emergência. “Imprevistos podem acontecer e ter uma reserva é importante para não sofrer em situações delicadas e que necessitam de recursos financeiros para realizar”, alerta. Para você ficar mais seguro diante de uma emergência, o ideal é ter reservado o valor equivalente a seis meses da sua média de gastos mensais.

3- Defina metas

Tem um sonho para realizar? É aqui que ele vai entrar. Para conseguir alcançar seu objetivo, primeiramente é preciso saber exatamente quanto ele vai custar. Vamos a um exemplo: se você quer comprar um carro, precisa saber não apenas o valor do automóvel na concessionária, mas também os custos de documentação e emplacamento, se haverá juros para financiamento e, ainda, quanto será o seu gasto com o carro em mãos – combustível, manutenção, seguro…

Com esse exemplo dá para perceber que, à primeira vista, o custo de um sonho parece ter um valor único, mas quando observamos detalhadamente, percebemos que existem gastos extras que precisam ser considerados. Por isso, ter a informação exata do valor do seu sonho é importante para não levar sustos e impactar no seu orçamento lá na frente.

Com esse valor bem definido, você poderá estabelecer metas mensais para uma reserva que permita realizar o seu sonho. Essa meta vai depender da sua expectativa de renda e dos seus gastos. Se sua renda é maior e seu gasto menor, conseguirá atingir seu objetivo mais rápido.

É muito importante definir metas factíveis. Não adianta estabelecer uma meta rápida se você não tem condições de acumular esse valor com tanta velocidade. Isso irá apenas te frustrar ou levar a atos que vão comprometer suas finanças.

E os investimentos?

Você já entendeu o conceito de economizar para concretizar seus objetivos. Mas poupar não é o bastante. Para ampliar as suas opções, conte com modalidades que ofereçam não só diferentes taxas de juros como também níveis distintos de risco (conservadores, moderados e arrojados) e prazo para liquidez (curto, médio e longo prazo).

O Sicoob Engecred pode te ajudar a avaliar alternativas para seu dinheiro render mais e com segurança. Acesse aqui post sobre como escolher a melhor opção de investimento para você.

Agora que você sabe como fazer o seu controle financeiro, verá que economizar e construir um patrimônio são tarefas possíveis. E não se esqueça da autodisciplina para alcançar a estabilidade financeira. Se precisar, conte com o Sicoob Engecred.

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