Você conhece o cooperativismo? Já ouviu falar? Caso não, o cooperativismo é a associação de pessoas ou grupos com os mesmos interesses. A ideia é se juntar para obter benefícios em suas atividades econômicas, seja na compra de insumos ou na venda de produtos ou serviços. Hoje, o cooperativismo também é denominado como colaborativo ou compartilhado. É o modelo de economia do presente e do futuro.

Quando as pessoas se juntam, elas conseguem, de maneira harmônica, crescimento profissional e nos negócios. Por isso, existe uma pequena frase mágica que também ajuda a explicar o cooperativismo: juntos, somos mais fortes!

O cooperativismo tem, entre seus princípios, gestão democrática, compartilhamento de experiências, sustentabilidade, proteção ao meio ambiente, interesse pela comunidade e divisão das sobras (lucros) entre os associados. Ou seja, é o negócio do ganha-ganha. Todos saem vitoriosos da relação capital-trabalho-lucro.

Confira os ramos do cooperativismo em atividade no Brasil:

Agropecuário Reúne cooperativas relacionadas às atividades agropecuária, extrativista, agroindustrial, aquícola ou pesqueira.  O papel é receber, comercializar, armazenar e industrializar a produção dos cooperados. Além, é claro, de oferecer assistência técnica, educacional e social.
Crédito Promover a poupança e oferecer soluções financeiras adequadas às necessidades de cada cooperado. Sempre a preço justo e em condições vantajosas aos associados.
Transporte Atuam na prestação de serviços de transporte de cargas e passageiros. Essas cooperativas têm gestões específicas para cada uma de suas modalidades: transporte individual (táxi e moto táxi), transporte coletivo (vans, micro-ônibus e ônibus), transporte de cargas ou moto frete e transporte escolar.
Trabalho, Produção de Bens e Serviços Engloba as cooperativas que prestam serviços especializados a terceiros ou que produzem bens tais como beneficiamento de material reciclável e artesanatos, por exemplo. Reúne todas as cooperativas de professores, produção, mineral, parte do turismo e lazer e, por fim, especial.
Saúde Reúne cooperativas formadas por médicos, odontólogos ou profissionais ligados à área de saúde humana, enquadrados no CNAE 865, e também as cooperativas de usuários que se reúnem para constituir um plano de saúde.
Consumo É composto por cooperativas que realizam compra em comum, tanto de produtos quanto de serviços, para seus cooperados (supermercados, farmácias). Engloba, também, as cooperativas formadas por pais para contratação de serviços educacionais e também aquelas de consumo de serviços turísticos.
Infraestrutura Formado por cooperativas que fornecem serviços essenciais para os associados, como energia e telefonia, por exemplo. Seja repassando a energia de concessionárias ou gerando a sua própria, esses empreendimentos garantem o acesso dos cooperados a condições fundamentais para seu desenvolvimento. Inclui também as cooperativas de construção de imóveis para moradia.

Um passeio pela história

Quer saber como tudo isso começou? A primeira cooperativa nasceu na cidade de Rochdale-Manchester,  no interior da Inglaterra, em 1844. Você pode imaginar o motivo? Homens e mulheres, trabalhadores, se uniram para montar seu próprio armazém, pois não conseguiam, individualmente, adquirir mercadorias nos mercados da região.

Com a união, eles compravam alimentos em grande quantidade, estocavam e dividiam entre os 28 sócios. Nascia a Sociedade dos Probos de Rochdale. A ideia prosperou rápido na região. Em 1856, 12 anos após a fundação, a cooperativa já tinha 3.450 sócios.

No Brasil, a primeira cooperativa foi criada em 1889, em Minas Gerais. A Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto tinha como propósito adquirir consumos agrícolas, como café e outros grãos. Em 1902, nasceu a primeira cooperativa de crédito no Brasil, na cidade de Nova Petrópolis (RS). Foi a Sicredi Pioneira, que continua em atividade até hoje.

Mas como um sistema tão antigo pode ser tão revolucionário no presente?

O cooperativismo é o modelo de consumo não só do presente, mas também do futuro. O sistema é uma ferramenta de transformação da sociedade. O cooperativismo é reconhecido por sua integridade, competitividade e capacidade de promover justiça. Quem coopera, cresce!

Quanto mais as pessoas participam, mais o sistema se fortalece e desenvolve. E, quanto maior, mais benefícios o cooperativismo é capaz de levar às pessoas, não só associados, mas bem como a sociedade de maneira geral.

Veja aqui os sete princípios do cooperativismo.

Cooperativismo de crédito e a justiça financeira

Você viu, até aqui, que o cooperativismo é o modelo de economia do presente e do futuro. A colaboração mútua é capaz de reduzir custos de produtos e serviços e aumentar os ganhos com as operações. Exemplo é o cooperativismo de crédito.

Todo recurso investido pelos associados na cooperativa é revertido em benefício deles mesmos. Nas cooperativas de crédito, os produtos e serviços têm custos bem abaixo das taxas cobradas pelos bancos tradicionais. Sem falar que, ao final do ano, as sobras (lucros) são revertidas para os cooperados.

Ou seja: a cooperativa trabalha para seu cooperado, formata produtos e serviços com custos reduzidos, personalizados e adequados à demanda do associado. Ao final do exercício, o que sobrou (lucro) é distribuído entre os associados de acordo com a movimentação de cada um dentro da instituição.

Quanto mais o cooperado investe na cooperativa, mais ela fica forte, oferece novos produtos e serviços e ainda divide o que ganhou. Sem falar que, no cooperativismo, o dinheiro investido pelos associados e as sobras são revertidas para negócios em sua própria região. O lucro não vai para outro Estado ou outro país, como ocorre em parte dos bancos privados.

O investidor tem seu retorno garantido e ainda fomenta as atividades em seu município, de maneira legal, segura e ajustando uma engrenagem que movimenta a economia com responsabilidade social. Isso é justiça financeira! Não existe um patrão! Ninguém ganha sozinho! Todos os associados são donos, trabalham pelo mesmo bem comum e ainda conseguem melhorias para a comunidade.

Confira alguns números que mostram a força do cooperativismo de crédito no Brasil

909 cooperativas
9,8 milhões de cooperados
67,3 mil empregados
42% de crescimento no número de cooperados entre 2014 e 2018
594 municípios alcançados (número maior que os de bancos)
6.219 postos de atendimentos
190,4 bilhões em ativos totais

Quer saber mais sobre cooperativismo de crédito e os benefícios que o sistema pode trazer para você e para sua empresa?